Partir para a capital não foi um
sonho concretizado. Calhou ser assim. Não calhou ser provinciano a vida toda,
apesar de saber que ainda sou.
Ou era só eu queria voltar para a terra?
Para casa. Para o frio da lareira e o assobiar dos pinheiros.
O santo nome de minha mãe por si
só lhe deu lugar no Céu.
Já o bom coração lhe deu tormentos na Terra.
O meu elemento primordial é este. A Terra, para onde hei-de voltar. O conforto e o calor castanho da terra ultrapassam a beleza
azul da água e a liberdade asfixiante do ar.
Quero envelhecer no campo onde a
tranquilidade que agora me enerva então me acalmará. Quero lareira e um
alpendre. E um cão fiel que se deite a meus pés.
Tu também. Mas enquanto eu
vou ter alguém, tu continuarás a querer ter toda a gente.
Nunca aprendi o que é paixão.
Acho que sei o que é amor. E sei que nunca saberei outra coisa.
Duvido que tu venhas a conhecê-lo.
Pobres e podres dedos os teus marcados
de tantas alianças postas e tiradas.
Fazes lá ideia do que é amar
incondicionalmente.
Batia-te se te ouvisse dizer amo-te.
Batia-te pela
primeira vez.
Às vezes repreendes-me. Ninguém o faz tão assertivamente. Nem a tua mãe.
Talvez a minha...
Eu sei que vais conhecer o amor incondicional. E o teu pai também.
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