domingo, 11 de janeiro de 2015

Sobre Redes Sociais

Partilhamos numa tentativa (consciente ou inconsciente) de mostrar aquilo que a nossa vida não é - o que gostaríamos que fosse - na tentativa de impressionar os outros. E sei que nisto não reside novidade para a maioria.

Também é verdade que casos há em que a expectativa é a de partilhar remota e virtualmente o sentimento que temos em relação a algo - aquilo que alguma coisa vale para nós - seja revolta ou admiração, tristeza ou paixão.

Mas, se no primeiro caso falhamos por excesso, no segundo falharemos sempre por defeito. De um modo ou de outro ficamos aquém ou além do valor das coisas (dos sítios, dos sabores, das músicas, das pessoas). E em última análise, deixar que isto se torne um hábito alimenta sempre a mesma tendência: o aumento da distância entre o que se é e o que se vê. 

E se como sempre acreditamos no que queremos, o virtual que criamos tem influência no (mais ou menos) real que somos. E a pouco e pouco afastamo-nos de nós próprios...

E aproximamo-nos de quê?