quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Hoje, 25 de Novembro de 2009

Um passo (relativamente) banal para a Humanidade, mas significativamente grande para mim.

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Caos vs. "Relativity"

Relativity, M.C. Escher, 1953

Tenho alguma dificuldade em explicar como sinto a minha cabeça. Dizer que sinto a cabeça cheia de mil coisa é apenas um eufemismo.
Sinto, sim, que a minha cabeça está cheia de mil coisas que faço a 10%, com um esforço que vai muito para além dos 100.
Talvez a imagem que apresento ilustre (relativamente) bem aquilo que vai aqui dentro. Mas, em vez de uma dúzia de figuras a circular num ambiente que pouco sentido faz, imaginem 10 vezes mais criaturas num ambiente onde não cabe um décimo delas.
A verdade é que isto não é necessariamente mau. Pelo contrário. Dou, por vezes, por mim, a meio destes dias a sorrir com a riqueza que é a minha vida.
Ser (bem) ocupado faz bem a toda a gente.
É difícil? A dificuldade é um conceito muito relativo.

terça-feira, 8 de setembro de 2009

"um tempo"

tempo
s. m.
1. Série ininterrupta e eterna de instantes.
2. Medida arbitrária da duração das coisas.
3. Época determinada.
4. Prazo, demora.

Se, por um lado, por definição, o Tempo é algo limitado, numa leitura mais lata, "um tempo" é tanto tempo quando nós quisermos que seja. E, na maior parte das vezes, "um tempo" tem a duração que a nossa percepção nos obriga a ter.

E como o Homem é tão mais lato e subjectivo, do que estrito e concreto, obrigo-me a crer que "um tempo" pode ser indefinidamente dilatado, se efectivamente quisermos que esse "tempo" exista.


A persistência da memória, Salvador Dali, 1931

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

O diário

Quando era criança, sempre quis ter um diário. E fiz várias tentativas nesse sentido. E, em cada uma delas, passei a odiar a ideia de ter um diário.

E porquê? Porque me sentia obrigado a escrever periodicamente. Porque algo me dizia que se o não fizesse, o dário deixaria de o ser.

Felizmente um blog não se chama diário e, portanto, permito-me escrever com a frequência a que eu próprio me exigir.

Não me pressionem! Eu próprio não me pressiono, para que naturalmente tenha vontade de aqui vir.

domingo, 19 de julho de 2009

Fado [destino]

Será verdade? Será que, afinal, "tudo se resume a isto: fado"?

Nunca me perguntei se acredito ou não que o destino se encontra traçado na palma da mão. Mas pergunto-me várias vezes se os esforços investidos a vários níveis serão em vão e acabo a "sentir que quanto faço não é feito só por mim". Às tantas o tabuleiro está viciado por Outro(s).

Isto é, será este raio de vida de stress e de labuta um teste à nossa resistência? Um jogo que mede a força do peão para lutar contra um "game over" cuja data e circunstâncias já estão definidas a priori?

A criação de Adão (pormenor), Michelangelo Buonarrati, 1511

terça-feira, 14 de julho de 2009

A new day has come

De vez em quando dá-nos na cabeça e dizemos "é desta!". Pode ser que desta seja mesmo.

Vou, no mínimo, tentar ser mais optimista e menos [pre]ocupado.

segunda-feira, 6 de julho de 2009

Manias da Conspiração

Quantas vezes dou por mim, porque sou obrigado a vir à razão, a criar filmes de complexos enredos em que, claro, sou personagem principal.

Pois nestes filmes eu chego a acreditar que algumas cenas são criadas para me derrotar (qual mártir). Chego, até, ao ponto de crer que todo o filme tem, apenas, este objectivo.

La morte di Giulio Cesare, Vincenzo Camuccini, 1798

Que mente pequenina e egocêntrica! Acorda, bolas! Deixa-te de cenas! "O mundo não gira à tua volta!".

É bem verdade. E, por ser verdade, vou fazer um esforço por ser mais coerente. Menos sensível a tais interpretações.

(...)

Até que, depois desta consciência... Até as palavras "eu sabia" e "eu disse-te" são demasiado retóricas!

O Homem é um ser tão previsível e, muitas vezes, tão fácil de ler.

P.S.: Cuidado com as cobras.

domingo, 28 de junho de 2009

Fado

Até me custa criar um post denominado "Fado". O Fado merece, para mim, muito mais que um post, um blog, cem ou mil palavras.

Diz-se e concordo que, para se gostar disto do fado, não basta saber ouvi-lo ou cantá-lo, é preciso senti-lo. E que isso não é para todos.

Pois que, como se ama o Mar, como se ama a Arte, a Religião e até o Futebol, eu amo o Fado. Porque ele me alimenta e me preenche.
Amália Rodrigues, Jef Aérosol, 2007

"Que culpa tem o destino, deste destino que eu tenho. Se o desgoto é pequenino, eu aumento-lhe o tamanho."

domingo, 21 de junho de 2009

"Ai, que beleza tamanha"

Sabem quem é o jovem da imagem? Não é feio realmente. Mas é assim tão belo que valha a pena morrer de amor por ele?

Pois que Narciso gostava tanto da imagem de si próprio que acabou por morrer a contemplar-se.

Há ainda outra história (não tão mitológica) que conta que o lago sobre o qual Narciso se debruçava ficou desgostoso com a morte daquele. Mas não pela beleza do jovem rapaz. Parece que também o lago se contemplava ao ver o seu reflexo nos olhos de Narciso e perdeu, assim, o seu espelho.

Eco e Narciso (pormenor), John William Waterhouse, 1903

Às vezes penso que não perdia em ser mais narcisista. Mas depois penso: e se todos o formos? Talvez já existam cegos suficientes. Daqueles que estão tão concentrados em si que perdem a beleza de tudo o que os rodeia.

E, mal por mal, já que em terra de cegos quem tem olho é Rei, mais vale continuar a ver.

O longe e o perto

Já ouvi dizer que nenhum quadro é bonito se visto de muito perto.

Parece-me que nos querem atirar areia para os olhos, tentando convencer quem aqui anda que as imperfeições, as falhas, as borbulhas, as rugas, os pelos, a barriga... Enfim, que tudo isto são pequenos pontos que compõem a mais bela obra.

Será? Se assim for, talvez seja melhor começar a andar mais longe de toda a gente. Ou então, a mirar de perto todos aqueles que nos parecem tão belos.

quarta-feira, 17 de junho de 2009

Aqui entre nós...

Disse-me uma fadinha que se eu começar a desafiar os meus limites (mesmo que os mais insignificantes) talvez, a pouco e pouco, venha a ser naturalmente mais confiante.

Portanto, com ou sem álcool, vão dar por mim a cada refeição a levantar-me para ir escolher a sobremesa.

Vão, até, dar por mim, por dá cá aquela palha, a meter conversa com estranhos.

Só duvido que me encontrem numa discoteca a curtir à grande sem álcool. Para isso preciso mesmo de Psicanálise.

terça-feira, 16 de junho de 2009

A sobremesa

-"Se não estivesses bêbedo, não te tinhas levantado para ir escolher a sobremesa!"

E não é que é mesmo verdade? Já me conhece bem, realmente. Pelo melhor e pelo pior.

Se eu não estivesse bêbedo, não me tinha levantado da mesa.
Se eu não estivesse bêbedo, não dançava na discoteca.
Se eu não estivesse bêbedo, não falava de tanta coisa.

Bendito álcool.

domingo, 14 de junho de 2009

Cheira bem

Eu, que não sou de depressões, diria (e digo) que há muito que a terra molhada não me cheirava tanto a melancolia, como hoje.

Às tantas é só porque já não chovia há algum tempo.


Edvard Munch. Melancholy. 1891

There was a boy...

...que era o último a ser escolhido nas aulas de Educação Física.

Ser construído de memórias de rejeição e solidão não agoira bom futuro. Mas e se afinal o futuro até for bom?

O futuro, que é agora, até que é bom (pelo menos, melhor do que se esperava) mas como um edifício construído sobre más fundações, um bom presente sobre um mau passado tem pouco de estável.

A ver se descubro como arranjar as fundações depois do prédio construído.